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Hoje enfrento uma questão com que me ande a deparar

É o meu desafio para este dia do Advento: enfrentar uma questão com que me ande a deparar, a qual não dediquei tempo, que ando a procrastinar. Sendo dramática como eu sei ser, posso dizer que grande parte dos assuntos na minha vida são assuntos inacabados, ou que eu ando a adiar. Mas também posso dizer que quem planeou as tarefas estava adivinhar, já que hoje fui finalmente comprar o meu novo diário (surpresa! eu escrevo um diário!) e tive finalmente uma reunião com os meus orientadores em que admiti que andei quase um mês sem fazer nenhum (e a marcação da maltida reunião já não me estava a deixar dormir). Por isso, hoje foi um bom dia para lidar com questões pendentes. Mas acho que não era bem isso que a tarefa me pedia (ou, se calhar, sou eu que coloco demasiada pressão sobre mim mesma). A tarefa falou-me em coisas por dizer às pessoas que fazem parte da minha vida, em ações que não posso mais deixar andar, em decisões a tomar em relação ao meu futuro. Mas por onde pegar? Se eu fo

Preto e branco

Existem momentos em que tudo parece andar sobre rodas. Em que as tarefas e deveres parecem mais fáceis, em que temos mais energia, em que nos sentimos mais entusiasmados, competentes e até arriscamos mais. Existem momentos em que a nossa vida parece um puzzle. Em que todas as nossas ações e decisões, tudo o que acontece tem sempre outro significado. Em que não existem coincidências mas antes um plano maior, que terá um climax, quando todas as peças se alinharão e tudo na nossa vida fará sentido. E, a partir daí, a nossa missão será "apenas" a manutenção da felicidade maior. Existem momento em que a nossa vida é uma luta diária. Em que em cada passo há uma rasteira, em que temos de lutar com todas as nossas forças para retirar as pequenas parcelas de felicidade para a nossa vida. Em que tudo parece escuro e cheio de sombras mas sabemos que tem um final, uma luz ao fundo do túnel, uma objectivo. Existem momentos em que boiamos no mar. Em que não nos interessa para que la

O meu corpo de verão

Chegou o verão e o momento de ir (finalmente) para a praia. De facto, é para lá que estou a ir neste momento (sorry, not sorry). E como em todos os anos, chegou aquele momento de insegurança, aquela pequena dor de barriga a pensar em vestir um bikini e desfilar por um areal. Acho que já não consigo encarar este momento sem me preocupar minimamente. Não me vou colocar aqui a dissertar sobre a quantidade de artigos que vejo todos os anos com dicas para emagrecer, como ter a barriga lisa perfeita ou acabar com a celulite, pois ficaria aqui o dia inteiro. Mas tenho de louvar o aumento de artigos que dão prioridade aos hábitos de vida saudáveis, que aumentam de facto o nosso bem-estar durante as férias. Tenho de confessar que não penso em dietas ou exercícios extra, de verão, a não ser uma semana antes de ir de férias (quando começo a perceber que vou de facto desfilar numa praia). Venho falar do meu corpo, o meu corpo que de mantém escondido todo o ano e que é "corpo de verão"

Listas

Sabem aquele momento em que pegam numa folha e fazem uma lista? Não aquelas mais simples ou comuns como compras de supermercado. Mas aquelas de desafios a vocês mesmos, de planos de vida, de tarefas a realizar. A mim dão-me um sentimento de realização, de organização e produtividade. Fazer uma lista bonita, limpa, organizada, detalhada faz-me sentir como se metade do trabalho já estivesse feito. Às vezes é mesmo isso: fazer uma lista reduz o trabalho para metade porque, afinal, as tarefas não são assim tão dantescas ou impossíveis. Outras vezes, faço listas tão específicas e detalhadas que, por cada mini-tarefa realizada, tenho de riscar um dos pontos e isso dá-me uma satisfação enorme! Então e quando, de repende, te apercebes que o mais importante para ti é teres concretizado, riscado todos os pontos daquela lista e não a realização das tarefas em si? Quando olhas com orgulho para a lista mas desinteressado pelo teu trabalho? Talves no final da vida não me vá passar pela cabeça

Será que sou assim tão incapaz?

Por vezes, ao retomar um trabalho, um projeto, um documento, sinto aquela sensação de desespero, de que nunca nada que farei ficará bom. De que nada será bom o suficiente. De que não sou capaz de fazer aquilo. Sou incapaz, mesmo. Sinto desespero porque quero e tenho de acabar o trabalho. E sinto-me com medo, agoniada e com um desejo de fugir. Sinto-o no meu estômago, que se contrai durante tanto tempo que deixa de ser algo anormal. Contrai-se, e faz-me curvar como se sentisse necessidade de o proteger. A dor, a agonia sobe pelo peito até à garganta, seca, que pica e torna difícil engolir. Até à boca seca e aos maxilares rígidos que se empurram um ao outro inconscientemente, como se me quisessem impedir de falar, de gritar a dor. O meu pescoço mantém-se rigidamente na mesma posição durante horas, como se mantendo o pescoço parado pudesse manter a cabeça no lugar, a receber oxigénio, e me convencesse de que tudo iria ficar bem. Os meus ombros ficam enrolados em si mesmos, tentando co

Controlo

Tenho medo de me perder. No meio de tantas distrações, de tantas experiências por explorar, de tantas tentações normalizadas e recorrentes. Tenho medo de perder o que de mais simples, básico e central há um mim. Medo de perder a minha realidade, de apanhar um carrossel e nunca mais conseguir sair. E continuar a girar e a girar, esquecendo que existe um mundo para além da fantasia colorida e excitante. Tenho medo de esquecer quem sou, no meio de tantas vivências e de passagem dos anos. Cada coisa que trago nova e aprendo tem o potencial de apagar uma parte essencial de mim, o meu eu. Cada nova cedência ao mundo, ao mundano, é uma porta aberta a tudo o que há de mais escuro no mundo, a tudo o que me roubará a simplicidade do amor, da partilha, do perdão. Mas não é fechando-nos em nós que se ganha ou cresce. Não é fugindo do que nos causa medo que nos deixa intocados. Nem devemos permanecer intocados, mas transformar-nos a cada dia e cada vez mais. Devemos deixar o medo de lado, abri

Ficção?

Quando escrevemos mostramos a nossa realidade, o nosso ponto de vista. Escrever ficção pode ser ainda mais enriquecedor: escrevemos uma realidade alterada, ou uma forma diferente de olhar e perceber a realidade. "Os raios do sol dirigiam-se, sem de desviarem, para mim. Atraídos como um íman, ou como se eu fosse a estrela solista em palco. E o calor abraçava-me a relaxava-me mais que mil abraços. Tão intrusivos e sujos eram os abraços dos outros! Eu caminhava de queixo levantado, olhos em busca de uma novidade, de um detalhe que me tivesse escapado, de uma beleza momentânea revelada só para mim. A minha postura descontraída, os meus olhos nunca encontravam os dos outros. Sentia-me uma deusa que não se dignava a olhar para os humanos na terra, seus inferiores. As conversas eram filtradas, criando uma rede protetora à minha volta, mas com os cheiros não tinha esse poder, por isso o meu nariz podia ser observado a franzir com frequência. Maldita cidade! Malditas pessoas! Não havia

Pequenas vozes no fundo da mente

Já alguma vez se sentiram assim? Já alguma vez sentiram um medo tão grande que vos faz encolher, literalmente, tentar ser o mais pequenos possíveis, o mais invisíveis, o mais rápidos? Aquele momento em que o coração bate tão depressa, tão apertado e tão perto da garganta que sentem que vão sufocar. Aquele momento em que todos os sons são ameaças potenciais, são prenúncio de que, desta vez vai correr mal. Já alguma vez sentiram medo de uma pessoa que vem atrás de vocês na rua? De uma pessoa que, por coincidência, vai na mesma direção que vocês, mas que, naquele momento e infelizmente, tem em si tudo o que de mal existe no mundo? Já alguma vez, ao andarem na rua, numa noite quente de verão, sentiram necessidade de ter o telemóvel na mão, só para se tranquilizarem, só para se lembrarem que a polícia ou alguém que vos ajude está a uma chamada de distância? As pessoas à vossa volta podem ser as melhores do mundo, mas naquela noite em que estão sozinhos, todas são monstros em potencial.

Músicas na minha cabeça

Não me deixes ir, Não me esqueças nunca Não te faças triste, Deixa-te sorrir. Foi sempre assim, assim comigo, Um dia aqui e nunca mais. Foi sempre assim, sempre a partir, Sempre de mala p'ra voar. Não me esqueças nunca Deixa-me partir. Dá-me um sorriso, Não te deixes cair. Foi sempre assim, assim comigo Uma vida p'ra viver. Sempre um sorriso como amigo Uma gargalhada pr’ aquecer. Não me deixes ir Lembra-te de mim. Eu estou sempre aqui Não te deixo cair. Não me esqueças nunca, Porque eu estou aqui Não vou mais partir, Deixa-te sorrir. Olha bem dentro de ti Estou contigo não vou partir. Escuta bem teu coração Sou a luz que o faz brilhar. Eu estou sempre aqui, Não te deixo cair Escuta no teu peito Vou estar sempre aí. Margarida 26-11-2016

Silêncio

Ontem sai da sala de cinema uma pessoa diferente. Duas horas e meia que fizeram a minha vida dar uma volta de 180º. De súbito vi-me diante de uma pessoa que não era eu, que não podia continuar a ser eu. Se súbito percebi que o que me tinha importado e mobilizado até aquele dia não ocupavam tanto espaço na minha cabeça ou coração. Senti-me à deriva num mar sem fim ou princípio. Senti que não me conhecia. Senti que não podia volta a trás. Já nada fazia sentido. Qual era sequer o sentido? Fiquei com poucas certezas, depois de um reflexão. Mas de que me servem tantas certezas, tantas convicções, se no final nenhuma delas nos guiará, senão uma? "Deus é amor", Perdi-me para me encontrar. Perdi-me para me conhecer. Perdi-me para Te encontrar. Perdi-me para Te acolher. Por agora é tudo.

Corta o cabelo e corre

É tempo de me reformular. É tempo de deixar velhos costumes para trás. É tempo de criar novos hábitos. Não sei porque é que preciso de expressar a minha mudança aqui, neste blogue (que deixo completamente descuidado durante o restante tempo), e não é que não me sinta feliz comigo mesma. Mas, tal como o Gaguinho do livro "Quem mexeu no meu queijo?"* também eu estou a aprender a não me deixar molengar, a não me deixar estar relaxada e inconsciente do que se passa à minha volta. Também estou a aprender a não me deixar por evoluir. E, a cada novo momento, nova etapa, sinto cada vez mais a necessidade de não parar, de construir mais e diferente. Mas principalmente, ser mais construtiva naquilo que faço. Não só mudar para mudar, mas mudar para ser melhor. Sim, o discurso pode ser repetido over and over again , mas é isso mesmo. Chega um momento em que começamos a perceber que o queijo está velho e percebemos que queremos algo mais e algo melhor, que existe um queijo bem melho