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"Everything has changed"

Estava apenas eu ali. Era uma sala enorme, rica, grandiosa, a mais grandiosa que eu alguma vez entrara. Entrei, com o coração aos saltos. Não sabia onde estava nem o que fazia ali, mas sentia-me bem, feliz, alegre. Era aquele o meu lugar? Mas porquê? As saias atrasavam-me o passo e eu desejei ter as minhas calças de ganga vestidas e umas sapatilhas. Comecei a andar mais depressa e arfei com surpresa: o vestido dera lugar a uma simples blusa, umas calças de ganga e as sapatilhas... Onde é que eu estava? A sala tinha velas espalhadas pelas paredes e móveis criando um ambiente abafado e quente. O centro estava vazio, mas nas paredes os retratos eram intercalados por janelas enormes de vidro que guiavam para uma varanda. De súbito uma música começou. Suave, calma. Uma valsa, reconheci. Não evitei uma gargalhada: não tinha exactamente um par para dançar valsa. Então a música mudou e soou uma que eu dançara tantas vezes sozinha, ou ouvira nas minhas caminhadas. E eu dancei pela sa

Sonhos

Tenho sonhos e fantasias. Aqueles sonhos acordados e as fantasias tão bem pensadas que poderiam ser reais. Tenho desejos e saudades. Desejo aquilo que não tenho e aquilo que já tive. Mas deixo-os por casa, para quando sair pôr um sorriso no rosto e viver a minha realidade e falar com as pessoas e estar com aqueles de quem gosto sem interferências do que não é real. Às vezes estou a passar pela rua, e quando olho e vejo familiar ou desejável - não, não pertence a uma memória, apenas a um sonho - e o coração salta, e os olhos abrem-se, e a respiração fica mais pesada. E sinto, depois, um aperto no peito ao aperceber-me que o que vi não passa de uma fantasia e que não me pertence. Não é meu. O aperto não dura mas a saudade e o desejo ficam presos. Os olhos descaem, os ombros ficam mais pesados. Mas depois deixo de me preocupar com sonhos, deixo-nos no seu lugar e volto à realidade. Volto a sorrir e volto a sentir o brilho e o calor do sol. E volto a falar com as pessoas que são rea

Tristeza

Havia tanta tensão. Tanto stress. As pessoas estavam vestidas de escuro, de cara fechada, de desconfiança. Ninguém falava. Ninguém sorria. Ninguém apresentava um olhar amigável. Ninguém queria. A situação era completamente surreal. Não acreditava que estava mesmo ali, no meio de todas aquelas pessoas que não conhecia e despedir-me de uma pessoa que fora importante mas que nunca vira pessoalmente. O tempo estava lindo, perfeito, maravilhoso: um dia de verão magnífico. E no meio de todo aquele peso tudo o que eu pensava era que não queria aproximar muito de flores pois deviam estar cheias de abelhas. Nós saímos em pequenos grupos ou, no meu caso, sozinha. As pessoas que passavam por mim não me falavam mas perguntavam-se quem eu era e o que fazia ali. Não perceberam que fora eu que estivera ali para ele nos últimos meses da sua vida, que o ouvira, que lhe fizera companhia e até sorrir. Nunca o vira antes e o seu rosto era surpreendente! E afinal ele tinha família e "amigos&quo

Look up - Gary Turk

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«So look up from your phone Shut down that display Stop watching this video Live life the real way.»

Dúvidas

Há coisas que nós fazemos, que sabemos que valem a pena. Há as pequenas coisas que nos trazem satisfação imediata ou que nos permite ter as consequências logo a seguir. Depois existem investimentos a longo prazo. Dependendo daquilo que queremos e esperamos obter vamos investir mais ou menos. É um processo longo, duro, com muitas voltas. E depois chega a altura em que nos perguntamos se é mesmo isso que queremos fazer, Se estamos a investir naquilo que é certo. Ou se todo este investimento irá alguma dia valer a pena, não só dando-nos as coisas pelas quais lutámos mas também fazendo-nos felizes. Esforçamo-nos e dedicamos muito tempo, esforço, motivação, até um bocadinho do nosso Eu para concretizar a meta que estabelecemos há tanto tempo, E então paramos e perguntamos se no final, se os resultados, se a nossa vida quando alcançarmos os nosso objectivos será feliz. Ou se tudo o que empenhámos até agora não foi um desperdício, não foi forçado, não foi um erro. E agora? Será este um mo
       "(...) todo o ser humano tem o instinto primário de ajudar o seu semelhante. Às vezes, pode parecer que não é assim, mas é.       Se um indivíduo qualquer se perde numa caminhada pelas montanhas, alguém organiza uma equipa de salvamento. Se um comboio descarrila, as pessoas fazem fila para dar sangue. Se um terramoto arrasa uma cidade, gente de todo o mundo envia comida e roupa. Este comportamento é tão intrinsecamente humano que o encontramos em todas as culturas, sem exeção. Sim, há sempre aquelas bestas que se estão nas tintas, mas os que se importam são em muitíssimo maior número. (...)            É impecável, não é?" in O Marciano  (Andy Weir)

"All along the watchtower"

«Dançava. Só. Como se fosse o vento a levar-me. Então o caos, os sons, as cores.  E eu dancei, só, como o vento de uma tempestade. A música trespassava-me e eu voava e cantava e batia com os pés criando o meu ritmo, vibrando com aquele ritmo. Batia as palmas e rodava. Batia as palmas e saltava. E o calor da fogueira batia-me no rosto. E o vento da tempestade leva-me para longe. E o som, a música, o ritmo, a dança faziam-me voar.» Margarida

Sorri

«Quero ver-te um sorriso. Pode ser pequeno mas tem de o ser, tem de se perceber que sorris. Quero ver-te um sorriso sem enganos, um sorriso genuíno. Quero ver-te um sorriso de alegria, de felicidade, de amor Um que mostre que és feliz, que estás bem. Quero ver-te um sorriso nos olhos, um sorriso de olhos brilhantes. Quero ver os teus olhos a brilhar. E quero vê-lo todos os dias. Quero ver-te todos os dias.» Margarida
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Friends a relatar a minha vida deste 1994 :')

Je suis Charlie

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Não podemos deixar passar em branco este atentado à liberdade, este atentado à liberdade de expressão, este atentado à vida humana. Não podemos voltar a cara, voltar para a nossa rotina como se não fosse connosco, como se não nos tivessem ameaçado a nós também. Todos somos iguais! Todos! O que nos muda é a nossa educação, o nosso meio, o nosso fenótipo! Mas desde quando é que isso nos dá o direito de pensar que somos melhores que outros, que podemos tirar a vida dos outros? Desde quando é que uma crítica, uma sátira, uma opinião é uma sentença de morte, neste século, nesta sociedade, neste país apoiado nos valores da liberdade, igualdade e da fraternidade. Não vamos cruzar os braços e olhar para o lado. Não vamos deixar de falar com medo. Será preciso algo mais para abrirmos os olhos?